O RETORNO DE BRECHERET A PARIS E A
Desmbargador aposentado Luiz Fernand o Gama Pellegrini
A trajetória artística do escultor Victor Brecheret (São Paulo - l894 - São Paulo -1955) é sem dúvida sui generis, pois primeiro venceu na França para depois vencer, ser reconhecido, e valorizado no seu país. Em 1913 V. Brecheret foi para Roma retornando em 1919, tendo assim permanecido naquela cidade durante a primeira guerra mundial, sendo discípulo no professor Dazzi assim aprimorando assim sua técnica escultórica. Em 1921 pensionado pelo governo do Estado de São Paulo - em Paris em 1925 foi contratado pelo Senador Freitas Valle para esculpir a obra posteriormente denominada a Musa Impassível, em homenagem à poetisa Francisca Julia, e que se encontra na Pinac oteca do Estado de São Paulo - vai para Paris, ali permanecendo até 1936 quando então retorna definitivamente para o Brasil para reiniciar a sua obra maior, o Monumento às Bandeiras um gigantesco bloco de granito retratando a colonização de São Paulo, e assim dar continuidade à sua criação escultórica, ornamentando a cidade com 28 obras em logradouros públicos e 06 em cemitérios, entre elas a Mise au Tombeaux, premiada no Salão de Outono de Paris em 1924. Em 1934 o governo da França adquiriu para o museu Jeu de Pomme a escultora O Grupo, que primeiramente ficou no Jardin des Tueleries até o início da Segunda Grande Guerra, um majestoso granito que se encontra presentemente no jardim de uma biblioteca no sul deste país, na cidade de La Roche sur Yon, sendo que na oportunidade de sua aquisição o artista recebeu do governo francês a Cruz de Honra a Título de Belas Artes no Grau de Cavaleiro. No seu período parisiense Brecheret (1921-1936) alcançou destaque quando viviam em Paris cerca de 30.000 artistas, de todas as nacionalidades, convivendo entre outros com Brancusi, Bourdelle, Maioll, Zadquine, Pompom, Mestrovich. Em Paris Brecheret expôs entre outros salões no Salão de Portadora de perfumes, obra essa que enseja o seu retorno a Paris após 86 anos. No ano de 1921 no mesmo Salão de Outono recebeu Premiação com a obra Templo de minha raça, sendo que em 1925 recebeu Menção Honrosa no Salão de La Sociéte dés Artistes Français de sculpture et gravure. Participou durante a mesma década de ’20 de várias exposições prestigiosas na França e na Itália, como a Exposição Internacional de Roma em 1925 e posteriormente no Salon de Mai (1952) - vide link Obras no site www.victor.brecheret.nom.br -. A escultura em questão, cuja cerimônia de doação se deu no dia 13 de outubro de 2010, no Senado da França que guarda a sua própria história e que pertenceu também à monarquia primeiramente, com Maria de Médicis e posteriormente no reinado de Luis XVI, foi doada pela filha do artista Sandra Brecheret Pellegrini com apoio da FUNDAÇÃO ESCULTOR VICTOR BRECHERET (www.victor.brecheret.nom.br), da qual ela presidente vitalícia, e sem dúvida alguma podemos afirmar ser a mais importante e honrosa homenagem que esse artista magistral de nível internacional recebe após a sua morte ocorrida em 17.12.1955, passando a figurar entre as demais obras de arte que ornamentam o complexo do Jardim de Luxemburgo, certamente orgulho não apenas dos franceses, mas igualmente daqueles que já tiveram o privilégio de conhecê-lo, salientando que obra se encontra no jardim privativo do Presidente do Senado, - também conhecido como Le jardin de La Reine - sendo a única obra naquele local e de autoria de um artista não-francês. A cerimônia de doação da escultura se deu na pessoa do presidente do Senado da França, Senador Gérard Larcher. |
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Eléments de langage pour l’intervention du président Larcher La Porteuse de Parfum Le 13 octobre 2010 – 12 heures
La circonstance qui nous réunit aujourd’hui me réjouit particulièrement. Nous accueillons en effet La Porteuse de Parfum, une œuvre en bronze patiné, réalisée il y a 86 ans par Victor Brécheret. Je me tourne em premier lieu vers vous, Madame, pour vous remercier. En offrant cette œvre à notre institution, vous soulignes la force des liens qui unissent nos deux pays, la France et le Brésil. Votre geste généreux est aussi une occasion pour chacun de nous de redécouvrir le travail artistique de votre pére, qui était trés proche de l’Ecole de Paris. J’associe tout naturellement à ces remerciements, mon prédécesseur à la Présidence du Sénat, Christian Poncelet, qui n’a pu être parmi nous aujourd’hui mais je me réjouis que les membres du groupe d’amitié France-Brésil soient ici présents aussi nombreux avec à leur tête leur président, mon collégue Roland du Luart, vice-président du Sénat. L’année de la France au Brésil avait été l’occasion pour notre Assemblée de créer une nouvelle dynamique culturelle entre nos deux pays. Elle avait aussi donné l’impulsion pour que La Porteuse de Parfum revienne sur sa terre natale ! Je salue également l’action de Nöel Coret, Président du Salon d’Automne et Commissaire de l’exposition Franco-Brésilienne D’une riveà l’autre, inlassable promoteur du trivail de Brécheret en France. Votre pére, Madame, fut un grand artiste, dont la trace est encore trés vivante dans votre pays. La légende –et je suis bien certain que vous nous confirmerez si elle est exacte ! –prétend que c’est dans un magasin de chaussures, dans les premiéres années du XXe siécle, que nait la vocation de votre pére. Son regard est attiré par la photo d’un journal. Elle présente une statue d’Auguste Rodin. C’est une révélation pour le jeune Victor, alors âgé de 12 ans, qui n’aura de cesse d’ apprendre cet art difficile qu’est la sculpture. En 1921, aprés avoir fait ses classes en Italie, Victor Brécheret arrive à Paris. Il rencontre les maîtres de l’époque : Antonie Bourdelle, Aristide Maillol ou encore Constantin Brancusi. Il affine sa technique artistique à leurs côtés. Quand il regagne le Brésil, à la veille de la Seconde Guerre mondiale, c’est un sculpteur en pleine renommée, reconnu par ses pairs et dont le travail est admiré par tous. Il est d’ailleurs sacré << Meileur sculpteur du Brésil>> aux trois premiéres Biennales de Sao Paulo et devient l’une des figures essentielles de l’Art moderne.
Tout au long de sa vie, Victor Brécheret gardera un attachement profond à la France. Je crois savoir que son béret basque trônait en bonne place dans son atelier brésilien ! Aujourd’hui, Madame, vous avez exaucé l’un de ses vœux les plus chers : Que La Porteuse de Parfum soit à Paris. Cette statue avait en effet regagné le Brésil avec son auteur en 1934. Quatre exemplaires en bronze avient alors été fondus. C’est l’un d’entre eux que vous nous offrez aujourd’hui. Je vous en remercie. D’une rive à l’autre de l’Atlantique, La Porteuse de Parfum est un témoignage émouvant des liens d’amitié longs et fructueux entre nos deux pays. |